"Corujas" (Projeção digital mapeada, 2015)

 

Tomo a copa de uma árvore de fixo Ficus benjamina como a superfície da instalação e  habitát da coruja-águia eurasiana Bubo bubo, cuja ave traz como sua simbologia possui diferentes crenças e maneiras de ser vista, na cultura africana por exemplo, algumas tribos africanas atribuem à coruja significados de maus pressários e de morte , já para a cultura ocidental significa sabedoria, e já chegou a ser usada como ave mensageira. A coruja-águia eurasiana possui atividade noturna, tal como a maioria das corujas, com sua atividade voltada às primeiras horas depois do por do sol e às poucas últimas horas antes do nascer do sol. Estas corujas estão localizadas ao longo de outras margens territoriais da coruja-águia e elas são sempre visitadas poucos minutos por vez. A atividade vocal é quase sempre restrita aos meses mais frios do final do outono e no inverno, com atividade vocal em Outubro e Dezembro, com finalidades principalmente territoriais, e de janeiro a fevereiro sendo primordialmente orientada no sentido de cortejamento e acasalamento. A canção territorial, que pode ser ouvida a grande distância, soa como um profundo "u-ru", enfatizando a primeira sílaba para o macho, e mais alto e levemente mais arrastada para a fêmea. Não é incomum para o casal executar um dueto antifônico. Tais signos trazidos pela imagem da ave levaram-me a conceber a presença, que pode ser ouvida a grande distância. Em vez de mover seus olhos, corujas girar sua cabeça para visualizar seus arredores. As cabeças das corujas 'são capazes de girar em um ângulo de aproximadamente 270 °, permitindo-lhes ver facilmente atrás delas sem reposicionar o torso. Esta capacidade mantém o movimento corporal mínimo e, portanto, reduz a quantidade de som que a coruja emite enquanto ele aguarda sua presa. As corujas são considerados como as aves que possuem os olhos mais frontalmente colocados entre todos os grupos de aves, o que lhes dá alguns dos maiores campos de visão binocular. Tais signos trazidos pela imagem da ave levaram-me a conceber a presença da mesma de maneira paralela à existência da projeção, que  por sua vez necessita do conhecimento humano sobre a técnica da projeção mapeada que através de seu canto indicará a presença da ave e da ausência de luz, fazendo paralelo com horário habitual de caça desta espécie de coruja e a possibilidade da projeção com maior realismo. A presença da ave projetada em forma de imagem em um corpo tridimensional e real: o tronco de uma árvore. O cérebro humano por sua vez se permeia com a capacidade imaginativa que faz alusão ao misticismo simbólico representado pela coruja, com o uso da difusão das raios luminosos que compõem a imagem projetada. Qual seria o alcance do real perante o imaginário?