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Dispersão Atômica, Arranjo e Rearranjo Molecular, Forma e Conteúdo

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(Instalação – Video Mapping sobre escultura de isopor, l: 5,0m x a: 2,0mx p: 3,0m, 1280x720px, 60min., Fortaleza, 2018)

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Nesta videoinstalação pretendo fazer uma referência às diversas substâncias químicas compostas por átomos que interligam-se formando moléculas constituintes de uma matéria. Em outras palavras, o conceito primordial do trabalho tem como base a idéia de que as ligações químicas permitem que átomos reajam entre si e busquem uma estabilidade até a conformação estrutural ideal. Preconizando-se a adição e mesclagem de um novo conceito, desta vez sobre as propriedades físicas (ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade) e organolépticas (odor, sabor, cor, transparência, brilho e textura) da matéria, a videoinstalação propõe-se a experimentar diferentes sensações através da percepção visual-auditivo.

O arranjo químico do objeto a ser mapeado apresenta-se como uma escultura criada de maneira a estabelecer o equilíbrio natural das substâncias químicas que constituem qualquer matéria, onde determinados átomos possuem tamanho maior, outros menores, aqui definindo-se um arranjo espacial geométrico tridimensional em que todas as superfícies atômicas apresentam-se como matéria ideal para a projeção videográfica pretendida. As imagens em movimento, portanto, são mapeadas em cada átomo, representados como esferas de isopor de tamanhos distintos, superfícies potencialmente importantes para a projeção dessas imagens, sugerindo a propagação de fenômenos relacionados aos estados físicos sólido, líquido e gasoso sobre cada superfície esférica, respeitadas as delimitações volumétricas de cada átomo (esfera). As propriedades inerentes à matéria como massa, impenetrabilidade, divisibilidade, compressibilidade, elasticidade, volume, inércia e indestrutibilidade também são abordadas de maneira sugestiva por estes vídeos, através do mapeamento da superfície de cada  esfera.

O isopor ou poliestireno, matéria utilizada para criação da escultura, é um material originalmente fabricado em partículas que podem aglomerar-se através de processos industriais, para dar-se a forma desejada, entretanto, o objeto artístico aqui em questão prescindiu deste processo para utilizar-se apenas de esferas de tamanhos variados para obtenção da escultura pretendida. A forma circular seria a forma ideal para a temática a ser abordada; a diferenciação volumétrica dos elementos componentes do objeto artístico deveria sugerir um processo de partição, onde a disposição de bolas de diferentes diâmetros possa imprimir fluidez à escultura, estruturada com base numa hipotética e criativa órbita atômico-molecular. Forma e conteúdo se confundem neste objeto, que deve revestir-se de significado pela repetição do conteúdo videográfico projetado, forma estrutural aplicada ao objeto escultural, variação de cores e texturas utilizadas pela projeção.  

Convém ainda mencionar sobre a estrutura mínima destas esferas e da placa de isopor utilizada na confecção da escultura, compostas por bolas minúsculas, por sua vez, compostas por 98% de ar: a “leveza” deste material também consiste em fonte primária de pesquisa para execução de vídeografia que busca relacionar fenômenos físicos e químicos eventualmente ocasionados na presença de oxigênio.

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 Vídeo Registro 

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