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Mercadores de Arte

(Instalação em cinco manequins, 1,70m X 0,60m X 0,35m, Fortaleza, 2018)

 

O trabalho foi concebido a partir de uma realidade experimentada pela artista, ao sentir a necessidade de divulgação de sua produção artística mais recente e assim ter uma perspectiva de reconhecimento do valor do referido trabalho. O trabalho específico produzido com a finalidade de aplicação à decoração de superfícies é utilizado como argumento principal do trabalho aqui apresentado sob a forma de uma instalação que propõe-se a expressar-se através de uma metalinguagem na qual a arte fala da própria arte. Esta expressão busca sugerir o valor social e econômico implícito ao mercado da arte, aonde o produtor de arte e o agente divulgador do produto artístico formam uma imagem deste produto, sendo este agente um elemento de relações sociais fundamental na projeção do produto artístico, e consequentemente, do artista que o produziu. Ele deve ser capaz de influenciar um público consumidor e de formar uma imagem do artista acerca do objeto artístico exposto, deixando, de uma certa forma, o produto oferecido em segundo plano, em detrimento do real valor artístico do objeto apresentado, que pode eventualmente ser de grande ou pequeno valor artístico. Os manequins utilizados na composição artística para este evento representam esses agentes de mercado ou mercadores de arte; constituem o capital funcional idealizado pela artista para apresentação de um trabalho que assume a função decorativa destinada aos trabalhos artísticos, pela aplicação aos espaços que são concebidos por profissionais de áreas relacionadas à área das artes plásticas. Os cartazes publicitários transportados usualmente pelos “human billboards”, tótens humanos ou ainda mercadores de arte, são os próprios objetos artísticos a serem exibidos ao público, potencial e teoricamente vislumbrados como um público consumidor. O tótens ambulantes, portanto, também transformam-se e confundem-se com os objetos de arte, eximindo-se da função de meros divulgadores de arte e assumindo nova característica, na tentativa de construção de um valor  atribuído à “obra de arte” para aquilo que teoricamente pode ter um valor além do valor comercial.

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