Nesta obra de vídeo mapping, a fluidez da arte abstrata encontra um novo território: a projeção em movimento. Através da combinação entre luz, cor e superfície, a obra ganha vida e transforma o espaço físico em uma experiência sensorial imersiva. As formas não estão fixas — elas se expandem, se dissolvem, reaparecem. Nada permanece igual por muito tempo, como se a própria imagem respirasse. O vídeo mapping permite que a fluidez típica da pintura abstrata digital se desdobre no tempo, adicionando ritmo e narrativa visual. Ao invés de uma composição estática, temos uma sequência de gestos visuais em constante transformação. Manchas de cor escorrem por paredes, linhas se entrelaçam em movimentos orgânicos, camadas surgem e desaparecem como pensamentos em fluxo. A técnica é essencial: a projeção reage ao espaço, adapta-se a suas texturas e dimensões, explorando volumes e superfícies como parte da obra. A arquitetura deixa de ser mero suporte e passa a integrar a linguagem visual, abrindo espaço para uma arte que não é apenas vista, mas sentida corporalmente. Mais do que representar algo concreto, a obra convida o público a mergulhar em um estado de contemplação sensível. Cada movimento, cada transição, desperta associações subjetivas: água, vento, memória, sonho. A fluidez aqui não é apenas visual — é emocional, temporal e espacial. Em tempos marcados por aceleração e excesso de imagens fixas, essa obra propõe o contrário: um tempo expandido, onde o olhar pode vagar livremente. Ao incorporar a fluidez da arte abstrata ao universo digital e arquitetônico, o vídeo mapping abre novas possibilidades para experimentar o efêmero e o imaterial como forma de arte.

"O que pulsa em mim não começou comigo. Mas desperta em mim, agora, como arte."